segunda-feira, 7 de junho de 2010
RADIALISTA PEDRO MEL ASSALTADO DUAS VESES NA AFRICA DO SUL
Quem disse que um raio não cai duas vezes no mesmo lugar? Ledo engano experimentar pensar ao contrario. Pois bem, não bastasse o calvário da última quinta-feira, dia três de junho, quando bandidos aterrorizaram aquela minha noite com arma em punho apontada para minha cabeça e levando uma substancial quantia em dinheiro, no sábado, 5 de junho, fui levado ao inferno sem ao menos passar pelo purgatório para purificar minha alma errante. Estava em frente ao Carlton Center, um dos cartões postais de Joanesburgo, um prédio antigo de 50 andares. Passava das quatro e meia da tarde e fazia muito frio aqui na África do Sul. De repente quando ia andando e me aproximando de uma esquina da avenida "Main Street" vários marginais saltaram na minha frente e me agarraram. O primeiro me agarrou pelo pescoço. O restante puxou minha sacola contendo camisas do Brasil, mais um aparelho celular, minha jaqueta, onde se encontrava uma câmera digital, levaram também cerca de quinhentos dólares que trazia num dos bolsos. Aquela cena me devolveu a terrível lembrança do primeiro assalto. Fiquei imobilizado pela gravata aplicada por um dos elementos. Tentei me soltar a forca, só que o vadio era muito forte e os outros rápidos que nem um raio. Em fração de segundos, alėm do golpe, levaram tudo que estava comigo. O desespero me abateu pela segunda vez. Corri para pedir ajuda as pessoas que passavam, mas elas ficaram com medo e não me davam atenção. Fui a um posto de gasolina e lá os frentistas falavam em Zulu, um dos dialetos da África. Eu disse: " Tô no c_ da cobra ! ". Em seguida, me apareceu um desses anjos da guarda que de vez em quando aprece na vida da gente e me socorreu. Era um gerente de uma loja de peças de carro e viu o assalto e para minha sorte, meus documentos estavam no chão e a mochila toda rasgada jogada num lixo da rua. Depois nos dirigimos a uma delegacia de outro bairro, pois não se via um só policial pra fazer o relato. A rua já estava quase deserta e o distrito policial, que tentamos sem sucesso registrar a ocorrência ficava em outra área diferente do ocorrido.Então falei para a pessoa que me ajudou que queria voltar para o meu hotel pois lá me sentiria mais seguro. No outro dia conversando com duas americanas e uma inglesa na recepção do hotel Oribi, expliquei o que tinha acontecido, disse inclusive que era um repórter de uma rádio do Brasil. Um policial estava observando tudo "com cara de paisagem" como diria Carlos Krakattoa. Ele deixou o Hotel, e ao chegar no distrito relatou tudo para o comandante que mandou esse mesmo policial me apanhar no Hotel para fazer o B.O.N.A, ou seja, brasileiro otário na África.Fiquei de sete da noite atė as dez relatando tudo e eles falavam comigo num inglesinho arrastado e entre eles Zulu. Vê se pode? Da primeira vez nÃo quiseram nem falar comigo, quando souberam que eu era um radialista brasileiro, ficaram com medo da repercussão. Do que eu poderia dizer do país deles, me trataram com muito gosto a ponto de me escoltarem até o Hotel e se colocando a minha disposição.